Um requerimento de um advogado de defesa marcou o final do depoimento do engenheiro civil Samir Frazzon Samara na Justiça Estadual na manhã desta sexta-feira. Ao final de duas horas de respostas ao juiz, ao promotor, à assistência de acusação e aos defensores, Jader Marques, que defende Elissandro Spohr, o Kiko, pediu uma acareação entre Samara e o primo de Kiko, Diogo Callegaro, que fez obras na boate.
O objetivo é descobrir qual dos dois está falando a verdade, já que eles deram versões diferentes sobre o mesmo fato. No dia 22 deste mês, Callegaro disse que foi pessoalmente pegar espuma no depósito da loja de Samara, em Camobi, para colocar no entorno do palco da Kiss, quando esse era na parte da frente da boate. Disse ainda, que quando o palco foi mudado de lugar (para os fundos do prédio), Kiko teria telefonado para o engenheiro para comprar novamente a espuma. Como ele não teria mais o material, Samara teria indicado uma loja de colchões onde Diogo e o gerente da boate, Ricardo Pasche, teriam comprado a espuma.
Samara negou, em seu depoimento à Justiça, neste sexta, que tenha vendido ou indicado espuma para a Kiss. Falou que comercializa um tipo de espuma para isolamento acústico que custa R$ 96 o metro quadrado e que a Kiss nunca adquiriu o produto. Disse que lembra de Kiko ter ligado para ele depois da obra de 2011, perguntando se ele tinha espuma para vender. À época, Samara teria dito a Kiko que não tinha o produto em estoque e o assunto teria sido finalizado.
O juiz que conduz o processo criminal, Ulysses Fonseca Louzada, vai analisar o pedido de acareação e, se for o caso, marcar uma data para colocar frente a frente, Diogo Callegaro e Samir Samara.
O último depoimento da manhã foi o do proprietário da empresa Fuel Entretenimento, que fez apresentações utilizando artefatos pirotécnicos na Kiss. Ruanderson Medeiros Camargo disse que ele e sua equipe realizaram cinco shows na boate, quatro deles com uso dos dispositivos. Que faziam as "apresentações apenas no lado direito do prédio (visão de quem entra) que oferecia menos risco". A análise do perigo era feita por Camargo com base na experiência que tinha por ter sido oficial de combate a incêndios no quartel, antes de ter a empresa.
As audiências seguem nesta tarde, no Salão do Júri, com o depoimento de um promoter da Kiss, Stenio Rodrigues Fernandes.
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